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Birigüi, São Paulo, Brazil
Tenho 30 anos, sou graduado em Letras pela Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui (FATEB),graduado em História pela Universidade Toledo de Araçatuba e pós-graduado em Assessoria Bíblica pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo, Rio Grande do Sul (EST)em parceria com o Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI). Atualmente professor da educação básica de escolas estaduais de SP e cursando o pós-graduação em História Cultural pelo Centro Universitário Claretiano.

domingo, 5 de outubro de 2008

Juventude e Escola

O que é ser jovem, hoje, ou quando se é jovem? Com treze, quinze ou dezoito anos?
Ao longo da história, muitas e diferentes conceituações foram construídas sobre o que é ser jovem. Poderia se afirmar que o ideal juvenil repousa no imaginário coletivo revelando-se ora através do desejo de ser jovem para sempre, ora através da percepção da juventude como um estado de espírito permanente.
Acredita-se, no entanto, que a juventude é um período em que se gozam certos privilégios, um período no qual tudo, ou quase tudo, é possível, que se situa entre a maturidade biológica e a maturidade social, um tempo livre em que se vive tudo ao mesmo tempo.
É bom lembrar também que a juventude é um período no qual os(as) jovens passam por inúmeras mudanças desde a adolescência até a idade adulta. O amadurecimento biológico acarretando muitas mudanças no organismo traz ao jovem um grande desafio na sociedade.
Há também a necessidade de encontrar o primeiro emprego, imposta pelo mundo globalizado, e a dúvida em relação à escolha no ingresso na faculdade, quando isso é possível, pois, para aqueles e aquelas economicamente desfavorecidos, conseguir um emprego ainda na adolescência é fundamental para o sustento da família e quando alguns e algumas desses(as) jovens têm a oportunidade de vislumbrar o ensino superior, surgem as incertezas quanto à carreira a ser seguida.
Para complicar ainda mais, existe o conflito das idades do “sim” e do “não”. O(a) jovem tem uma idade fixada pelas autoridades para votar, para dirigir e para a maioridade, porém possui uma outra idade imposta pela sociedade que o faz determinar e o determina.
A juventude, ou “as juventudes”, é resultante de todas essas condições presentes no mundo contemporâneo consumista e alienador. Em meio a essas condições o(a) jovem vive o processo de perdas internas e novas conquistas, tem um olhar para si e para o mundo e ainda sofre a influência de algum grupo ao qual pertence. Nessa constante turbulência, o jovem e a jovem vão re-significando suas idéias e representações modelando sua subjetividade.
São esses(as) jovens que a escola acolhe em seu espaço e que devem ser entendidos como indivíduos histórico-sociais, pois receberam diferentes influências de diversos meios ao longo de sua vida, assim como também, agiu nesses mesmos meios mediados pelas relações sociais. A escola, muito antes de alfabetizar o indivíduo é um órgão socializador, pois é onde o ser humano começa de maneira mais intensa a exercitar sua vida e sua capacidade de relacionamento com os demais. É um processo dialógico, único e ao mesmo tempo coletivo, individual e social que se mistura na constituição do sujeito.
Assim, parte-se do princípio que a Escola não deve ser unicamente espaço de produção ou reprodução da cultura de massa, mas um dos lugares de criação, transformação, construção e desconstrução. Nela, os alunos participam das atividades escolares propostas pelos professores, se expressam como aprendizes, se percebem enquanto reprodutores de modelos, mas também devem se perceber como protagonistas na construção de seu conhecimento.
A partir de experiências escolares, o indivíduo vai se constituindo subjetivamente. Um processo de constituição da subjetividade que envolve tanto o conhecimento em si, a emoção, o simbólico como a representação que ele faz da própria realidade. O seu Eu se relaciona com o mundo, com a escola e, na tentativa de compreendê-la, compreende também a si.
Dessa forma, é possível abrir uma perspectiva crítica e sensível de observação e análise sobre a Escola e sobre o processo de ensino e aprendizagem que nela é desenvolvido. Um processo que deve estar ligado à construção da subjetividade no sujeito por meio desse mesmo sujeito, criando uma linguagem que permita decifrar conceitos no contexto das relações socioculturais. Um processo de mão dupla, no qual ao mesmo tempo em que se pensa a Escola que aí está, ocorre também o envolvimento num processo contínuo, real e significativo de aprendizagem.

Lucas Rinaldini