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Birigüi, São Paulo, Brazil
Tenho 30 anos, sou graduado em Letras pela Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui (FATEB),graduado em História pela Universidade Toledo de Araçatuba e pós-graduado em Assessoria Bíblica pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo, Rio Grande do Sul (EST)em parceria com o Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI). Atualmente professor da educação básica de escolas estaduais de SP e cursando o pós-graduação em História Cultural pelo Centro Universitário Claretiano.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

É bom abrir os olhos!

Quantas pessoas não sonham em assistir filminhos, baixar arquivos, ter um MSN e um endereço eletrônico, um blog ou um Orkut?
A notícia do acordo entre o Governo do Estado de São Paulo e a empresa de telecomunicações Telefônica sobre o oferecimento de uma internet banda larga popular está sendo exaustivamente divulgada no site da empresa e pode agradar uma grande parcela da população que dispõe atualmente dos serviços de internet discada ou não possui qualquer forma de acesso.
O presidente também já promete anunciar a política de internet banda larga para o país, uma forma de demonstrar para os mais incrédulos que o Brasil já está entre os principais países do mundo.
Não resta dúvida de que já passou da hora de o governo intervir na questão do fornecimento de um serviço de internet mais acessível à população de baixa renda e que tal serviço deve ser oferecido com qualidade, pois é bom lembrar que há pouco mais de cinco meses a Telefônica teve sérios problemas com a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) que proibiu a venda do serviço de
banda larga por não ter sido oferecido com qualidade bem como a internet discada devido à alta demanda. Inúmeras foram as reclamações nos centros de atendimento da Telefônica e da ANATEL, isso sem falar nas queixas registradas no PROCON (Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor) que em 2008 registrou 3,6 mil queixas só da Telefônica e a fez ser a líder de reclamações pelo terceiro ano consecutivo segundo o Estadão de março desse ano.
Diante de tais fatos, é preciso ter atenção em relação ao “desespero” do governo em fazer com que o serviço de banda larga popular entre em funcionamento ainda esse ano e que, mesmo diante de tanta insatisfação da população, a Telefônica tenha sido a escolhida como parceira. O Governo alega que com isso aumentaria o acesso à internet do público das classes C e D e facilitaria a inclusão digital.
Mas, aumentando o número de pessoas com acesso à internet, não aumentam também os problemas já existentes como dificuldades no oferecimento de um serviço de qualidade diante da alta demanda e mesmo o uso indevido da rede mundial de computadores? É possível controlar isso e orientar para o uso positivo dessa ferramenta que dá acesso ao mundo?
Em setembro desse ano, os jornais anunciaram que a Câmara dos Deputados, com uma agilidade exemplar, havia aprovado a reforma eleitoral dentro da qual, um dos itens de destaque foi a liberação geral da internet para as campanhas políticas. Agora, a preocupação é como fazer com que a internet não se torne uma rede de baixarias políticas tentando adequar a ela os mesmos princípios de ética utilizados nos demais meios de comunicação.
Fica no ar mais um questionamento: qual seria a verdadeira finalidade do oferecimento de uma internet banda larga popular?
É sinal de cidadania a população ficar atenta a essas medidas que aparentam saciar suas vontades e refletir: a vontade de quem está sendo realmente saciada?
De qualquer forma, a internet banda larga está a caminho, tanto no âmbito estadual quanto no nacional. É mais uma opção para analisar quem realmente vale à pena estar à frente do povo nas cadeiras do governo. É bom abrir os olhos!

Lucas Rinaldini

PATRIMÔNIO DE BIRIGUI



Igreja Matriz de Birigui






PATRIMÔNIO DE BIRIGUI

A cidade de Birigui foi fundada em 7 de dezembro de 1911. Em 1915 foi construída, por Frei Domingues Riece, a igreja Matriz Imaculada Conceição que primeiramente foi chamada de capela Santo Ambrósio.
Atualmente a igreja possui 1675,50 m² de área construída e sempre foi utilizada como templo religioso. Passou por algumas reformas. É feita de alvenaria, gesso (o teto) e madeira. Está localizada no centro de Birigui e sua torre pode ser vista a distância, até mesmo fora da cidade.
Seria bem interessante ressaltar a importância da igreja Matriz Imaculada Conceição nas aulas de História enfocando a religião que predominou em Birigui nos seus primeiros anos de existência e como os imigrantes italianos, dentre eles os demais freis que vieram para ficar à frente da igreja, figuras importantes no desenvolvimento da cidade.
Poder-se-ia levantar também a questão dessa igreja como um patrimônio material ou imaterial uma vez que se tem a memória da Imaculada Conceição, no entanto, materialmente, a construção já passou por inúmeras reformas e é provável que pouco tenha restado do material originalmente usado. Ou seja, sabe-se que essa igreja existe desde o início da cidade, porém, não é exatamente a mesma, o que resta é uma memória daquela primeira.




No interior da igreja, encontram-se vitrais cujas figuras são de santos e santas, da sagrada família, e de Jesus o que pode levar a ma discussão sobre a intenção dessa arte hoje em comparação com a arte na Idade Média que, segundo Gombrich, no que diz respeito aos objetos das igrejas, estes eram decorados com uma arte que se pode chamar de temática, pois retratavam algum fato narrado na bíblia de acordo com a utilidade do objeto.
Outra comparação a ser feita é a arquitetura que pode lembrar as construções de Brunelleschi. Na verdade, é provável que mesmo as estruturas de hoje da Igreja Matriz tenham sido influenciadas de alguma forma pela arquitetura italiana.

Abaixo Catedral Santa Maria Del Fiore (Florença, Itália)















IGREJA MATRIZ DE BIRIGUI (nave)




LUCAS RINALDINI

Idade Média: navegando pela transição

De certa forma, é muito fácil encontrar nos livros didáticos o pensamento de que a história é dividida em blocos temporais nos quais cada período tem seu tempo certo para começar e terminar de maneira tão brusca como se a mentalidade dos povos estivesse sujeita a um clique ou simplesmente à facilidade de se virar uma página rumo ao próximo momento histórico. Até mesmo utilizar a palavra “momento” pode dar a ideia de que a história é fragmentada e não um todo semelhante a uma colcha de retalhos em que os períodos que se apresentam estão costurados e remendados com tiras do passado enquanto permitem que a agulha do tempo venha coser sua continuidade.
Para combater tal pensamento, basta se considerar que a história é construída por homens e mulheres, ou seja, se faz pela ação do ser humano que compõe sociedades. Estas vão se organizando e sedimentando suas bases a partir de contratos sociais os quais se edificam nas relações que ocorrem dentro delas.
Dentro de todo esse processo, criam-se mentalidades motivadas pelas condições a que estão sujeitos os indivíduos que compõem tal sociedade. A mentalidade construída durante o caminhar das sociedades se arrasta por séculos e, por isso, é considerada de longa duração.
Difícil é mencionar o conceito de mentalidade sem remeter a Jacques Le Goff de quem Baschet (2006) se utiliza para escrever sobre a longa Idade Média. Esse período de transição é o que pode ser usado como um exemplo da longa duração da mentalidade que paira do século IV ao século XVIII, na Europa, e traz consigo continuidades à medida que o tempo passa. Segundo Baschet (2006):

A longa Idade Média, em seu conjunto, é um período de profundas transformações quantitativas e qualitativas e, quanto a esse aspecto, não há mais diferenças entre os séculos XVI e XVII e os séculos XI a XIII do que entre estes e a Alta Idade Média. Se todas essas evoluções são capitais, o conceito de longa Idade Média convida a prestar atenção à unidade é à coerência desse período de quase quinze séculos. As continuidades são múltiplas, dos ritos da realeza sagrada ao esquema das três ordens da sociedade, dos fundamentos técnicos da produção material ao papel central exercido pela Igreja. Sobretudo, uma análise global leva a concluir que os quadros dominantes da organização social não são questionados de modo que as mesmas “estruturas fundamentais persistem na sociedade européia do século IV ao século XIX”

O caminho rumo à racionalização não foi isento de influências medievais nem esta esteve totalmente livre das fagulhas do Renascimento. Exemplo disso são as explorações marítimas que Portugal iniciou já no século XIV com o périplo africano. Mais tarde, outro nome de destaque seria lembrado na história também por meio da expansão marítima. Cristóvão Colombo, em sua empresa rumo ao descobrimento de um “novo mundo”, não teve como principal objetivo questionar o formato da terra, mas sim a descoberta de uma terra que seria o paraíso. Sua mentalidade tinha as raízes na Idade Média e sua motivação é o imaginário medieval basicamente religioso. Esse mosaico de sentimentos empreendedores misturados a uma mentalidade medieval faz de Colombo um homem híbrido.
Mas as navegações, apesar de terem seus líderes motivados pela mentalidade medieval, não deixaram de ser extremamente importantes para que a Europa fosse rompendo com o imaginário medieval. Prova disso é o que Silva (1987) afirma sobre as experiências que essas viagens permitiram acumular, pois, à medida que as navegações avançavam em suas expedições mais se agregava ao conhecimento matemático e geométrico, estes, por sua vez, contribuíam no desenvolvimento do pensamento racional. Ao mesmo tempo, as mercadorias trazidas estimulavam não só relatos maravilhosos das riquezas, mas também favoreciam imensamente o enriquecimento dos mercadores. Conforme Le Goff (1982) afirma, “de modo muy especial, es el transporte marítimo el medio por excelencia del comercio internacional medieval, el que hará la riqueza de esos grandes mercatores”.
Tal afirmação pode ser entendida como o embrião de uma mentalidade que mais tarde romperá com o mundo medieval, pois esses comerciantes começarão a investir no Renascimento, mesmo ainda tendo ligações com a Igreja. Segundo Le Goff:

Unos favorecerán el Renacimiento intelectual que satisfaciendo las necesidades de sus fuertes personalidades, les permitirá ser humanistas sin salir de una Iglesia a la cual les liga tanto una piedad que sigue siendo medieval como el sentido de su próprio interés, porque la Iglesia, puede ser y es a menudo un aliado social poderoso.

Com essas asserções, conclui-se que a transição da Idade Média para a Idade Moderna ocorre de maneira lenta e é permeada pelas mentalidades medievais, sendo estas fundamentais para esse processo. Observa-se aqui também que, com as navegações, houve um avanço no desenvolvimento da racionalidade, o que contribuiu com a transição apesar da forte presença do imaginário medieval.

Lucas Rinaldini


Referências bibliográficas

BASCHET, J. A CIVILIZAÇÃO FEUDAL. São Paulo. Global, 2006.
LE GOFF, J. MERCADERES Y BANQUEROS DE LA EDAD MEDIA. Buenos Aires. EUDEBA, 1982.
SILVA, J. T. DESCOBRIMENTOS E COLONIZAÇÃO. São Paulo. Ática, 1987.

NICOLÒ DI BERNARDO DEI MACHIAVELLI

Nicolò di Bernardo dei Machiavelli, ou Nicolau Maquiavel, como conhecemos, nasceu em Florença, Itália, em 1469 e viveu até 1527. Foi historiador, poeta, diplomata e músico e viveu em uma fase de transição em que o teocentrismo medieval perdia espaço para o humanismo renascentista.
Atualmente, é reconhecido como fundador da Ciência Política moderna por refletir sobre como o Estado e o governo realmente atuavam ou deveriam atuar para se manter no poder. Maquiavel teria sido o terceiro de quatro filhos de família humilde. Aos sete anos já dominava o latim e, mais tarde estudou também os fundamentos da língua grega antiga. Alguns autores consideram que, comparada a outros pensadores, a educação de Maquiavel foi fraca, principalmente pela falta de recursos da família.
Durante seus estudos, Maquiavel teve contato com obras da Antiguidade Clássica, talvez pela característica do movimento renascentista de resgatar os valores da Idade Antiga. O autor mais lido por Nicolau teria sido Tito Lívio, entre outros por meio dos quais se apropriou do conceito de virtu e fortuna. A partir daí, segundo Chauí (2000), Maquiavel constrói sua teoria de acordo com seu tempo.
Em 1498, Nicolau foi escolhido para a 2ª chancelaria na qual era responsável pela política interna e questões relacionadas às guerras. Efetuou missões de diplomacia com sucesso e representou o interesse político de seus líderes chegando ao cargo de embaixador. Durante essas missões é que Maquiavel escreve suas primeiras obras das quais, a mais conhecida é O Príncipe e Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio (1512-1517) além de outro clássico chamado A arte da guerra.
Entre 1517 e 1518, escreveu o poema Asino d’oro, a peça Mandrágora, considerada obra prima da comédia italiana, Novella di Belfagor (1515), além de inúmeros tratados históricos e políticos.
Durante o Renascimento, Florença era uma das cinco principais potências econômicas especializada no comércio de lã e seda que eram distribuídas por toda Europa. Devido a isso, Florença era um atrativo para as demais potências europeias principalmente Espanha e França. Em suma, Florença é considerada berço do Renascimento e foi um centro de comércio e de finanças que do início do século XV até meados do século XVIII foi governada pela família Médici muito influente conforme afirma Pipkin (2009):

Gracias a la expansión económica y al privilegio obtenido por algunos mercaderes se fue formando un grupo diferenciado por su fortuna, el de los más ricos. Eran los grandes comerciantes y banqueros y los maestros de los gremios más importantes, que constituyeron el patriciado urbano. La diferenciación de este grupo terminó de definirse cuando conquistaron el poder de las comunas. Familias poderosas como los Médici en Florencia y los Visconti y los Sforza en Milán, detentaban el poder en las ciudades.

Como podemos observar, o poder econômico se tornava fator de ascensão social e manutenção dessa posição através dos anos e, de fato, Maquiavel legitimaria essa lógica com os escritos de sua mais famosa obra O Príncipe buscando também o pode.

O Príncipe

Podemos dizer que as principais ideias dessa obra gravitam em torno dos conceitos virtude/fortuna e conquista/manutenção do poder.
Maquiavel começa O Príncipe relatando alguns acontecimentos com alguns príncipes da época. Isso prova que suas ideias e obras se basearam na história política de seu tempo que refletem as quedas e ascensões de líderes e criticam aqueles que se tornam causa do poderio de outrem, pois se arruínam devido a esse poder resultar ou da astúcia ou da força.
Utilizando o momento histórico em que vive e o estudo da Antiguidade Clássica, Maquiavel vai descrevendo os fatos e refletindo sobre eles e fazendo inúmeras ressalvas como quando afirma que o Príncipe deve governar e destruir par anão ser destruído, que a ele é necessária mais virtude do que fortuna, pois, com a virtude, a conquista do Estado se dá com dificuldade, mas a manutenção dele é menos trabalhosa. Enquanto o príncipe, por meio da fortuna, conquista facilmente o Estado, no entanto terá dificuldade em mantê-lo porque lhe falta virtude, algo fundamental para se manter no poder.
Cabe aqui um pequeno esclarecimento do que Maquiavel entende por virtude e fortuna. Este, segundo Chauí (2000), seria um conjunto de circunstâncias externas que agem sobre o príncipe determinando sua vontade e ação, mas que não está em seu poder. Já a virtude consiste em o príncipe ser volúvel e inconstante, ou seja, deve ser flexível às circunstâncias para assim dominá-las, mesmo que para isso seja preciso ser cruel, mentir ou, em outros momentos, ser generoso e etc.
No livro O Príncipe, Nicolau escreve sobre aqueles que chegam ao principado por meio de crimes. Conforme ele, temos:

Penso que isto resulte das crueldades serem mal ou bem usadas. Bem usadas pode-se dizer serem aquelas (se do mal for lícito falar bem) que se fazem instantaneamente pela necessidade do firmar-se e, depois, nelas não se insiste mas sim se as transforma no máximo possível de utilidade para os súditos; mal usadas são aquelas que, mesmo poucas a princípio, com o decorrer do tempo aumentam ao invés de se extinguirem. Aqueles que observam o primeiro modo de agir, podem remediar sua situação com apoio de Deus e dos homens, como ocorreu com Agátocles; aos outros torna-se impossível a continuidade no poder. Por isso é de notar-se que, ao ocupar um Estado, deve o conquistador exercer todas aquelas ofensas que se lhe tornem necessárias, fazendo-as todas a um tempo só para não precisar renová-las a cada dia e poder, assim, dar segurança aos homens e conquistá-los com benefícios. (Maquiavel, 2009)

Provavelmente dessas afirmações tenha saído a sentença de que “os fins justificam os meios”. O mal seria necessário para se obter uma conquista, mas somente para isso. Esse mal não deve se estender.
Nesse mesmo livro, o autor afirma que para aquele que chega ao principado em favor de seus concidadãos não é necessária muita virtude nem fortuna, mas astúcia afortunada. Entretanto, ele alerta que é necessário ter o povo como amigo, mas também ter assim aos grandes.
Pode-se chegar ao principado por vontade do povo, porém, é melhor subir ao principado com ajuda dos grandes, pois ao povo se conquista.

O príncipe pode ganhar o povo por muitas maneiras que, por variarem de acordo com as circunstâncias, delas não se pode estabelecer regra certa, razão pela qual das mesmas não cogitaremos. Concluirei apenas que a um príncipe é necessário ter o povo como amigo, pois, de outro modo, não terá possibilidades na adversidade. (Maquiavel, 2009)

Em outro momento, o livro traz também algumas reflexões sobre os principados eclesiais. Segundo o autor, conquistam pela virtude ou pela fortuna e sem uma e outra se conservam por serem sustentados pela ideologia religiosa.
A partir dessas ideias de conquista e manutenção de poder, Maquiavel vai desenrolando sua teoria política e enfatiza outro ponto que também parece fundamental: o príncipe não deve evitar ao máximo ser odiado, antes, que seja temido.
O livro O Príncipe foi escrito a Lorenzo de Medici e através de conselhos, sugestões e inúmeras admoestações realizadas a partir de acontecimentos políticos que aconteceram na península itálica nesse período de transição entre Idade Média e Renascimento. Com isso, alguns autores afirmam que Maquiavel dedicou esse livro a Lorenzo para ganhar sua confiança e ter um cargo, mas não consegue atingi-lo.
Aos 58 anos, Nicolau Maquiavel morre na pobreza e, ironicamente, totalmente afastado do poder.

Lucas Rinaldini
Referências bibliográficas

PIPKIN, D. Claves históricas para leer a Maquiavelo. Fonte: http://www.4shared.com. Acesso em 20 de março de 2009.

CHAUÍ, M. Filosofia. Ática-SP. 2000.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Fonte: http://www.4shared.com. Acesso em 24 de março de 2009.

MAQUIAVEL, N. Escritos Políticos A Arte da Guerra. Fonte: http://www.4shared.com. Acesso em 24 de março de 2009.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Maquiavel. Acesso em 20 de março de 2009.

Filme: Constantino e a cruz

Filmado na Itália e lançado em 1962, Constantino e a cruz conta a história da ascensão do imperador Constantino (Cornel Wilde) e a proclamação do Édito de Milão de uma maneira bem hollywoodiana. O filme dirigido por Lionello De Felice tem direito a atores altos e fortões, como romanos, e donzelas loirinhas e delicadas, sendo salvas pelos romanos e morrendo de amores por eles.
O diretor procurou retratar o lado heróico como se Constantino fosse salvar a pátria, ou a cruz, dos cristãos. Estes, por sua vez, tinham o privilégio de ter a mãe do imperador convertida ao cristianismo. No início, Constantino nem faz idéia do porquê do distanciamento entre sua mãe Helena (Elisa Cegani) e seu pai Constantius Chlorus (Carlo Ninchi) e só quando seu pai está à beira da morte (cá pra nós, bem clássico isso) é que o segredo é revelado.
Mas, deixando a parte romântica de lado, podemos analisar a arte romana da época e até mesmo dar uma espiadinha em uns “rascunhos” das catacumbas cristãs. Há também as construções romanas, muito luxuosas, as arenas, onde aconteciam os combates e onde os leões dilaceravam os cristãos que teimavam em não negar sua fé.
O que chama realmente a atenção é o fato de as esculturas serem apreciadas pela sua semelhança com a pessoa retratada. Em certo momento, no começo do filme, Fausta (Belinda Lee), a amada de Constatino, segura um busto de seu futuro esposo e ressalta a semelhança que este possui com o ser em carne e osso. Segundo ela: “Posso assegurar que é exatamente como ele. Não consigo ver nenhuma falha.” Sorte dele não ser uma escultura do corpo todo...
Em um momento que antecede a fala de Fausta, seu irmão, Maxentius (Massimo Serato), todo cheio de invejinha, faz uma fala que nos aponta o objetivo dessas esculturas: “Nossos descendentes tem o direito de conhecer os grandes heróis do passado. Nós, meros pensadores e pregadores, devemos ficar no anonimato.” É, Max. Quem pode, pode.

Lucas Rinaldini