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Birigüi, São Paulo, Brazil
Tenho 30 anos, sou graduado em Letras pela Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui (FATEB),graduado em História pela Universidade Toledo de Araçatuba e pós-graduado em Assessoria Bíblica pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo, Rio Grande do Sul (EST)em parceria com o Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI). Atualmente professor da educação básica de escolas estaduais de SP e cursando o pós-graduação em História Cultural pelo Centro Universitário Claretiano.

domingo, 1 de abril de 2012

“DEVOLVAM A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR”

Há algumas semanas, o secretário geral da ONU para a Rio +20, Sha Zukang, declarou que “Se países como Brasil, China e Índia resolverem copiar o estilo de vida dos países ricos, a conta não fecha. Seriam necessários cinco planetas Terra para atender a tamanha demanda.” *
Fonte: http://eduardopereiradeazevedo.blogspot.com.br/2011/06/imagens-para-o-trabalho-do-9-ano.html acesso em 01/04/2012.

De fato, se países como o Brasil, China e Índia resolverem reclamar os mesmos direitos que países como Estados Unidos e alguns da Europa, o planeta não vai conseguir sustentar tantas pessoas. Como encontrar outro planeta Terra é uma missão bem complicada (que dirá 5!), talvez seria o momento dos ricos pensarem um pouco em tudo aquilo que acumulam e desperdiçam. Afinal, para nós cristãos e todos os crentes em Deus, é difícil imaginar que nosso Pai soberanamente bondoso e perfeito teria planejado mal a construção de sua obra. Teria Ele se equivocado quanto à necessidade de suas filhas e filhos quando arquitetou nosso mundo?

Provavelmente não. E também para Deus não é surpresa que um dia suas criaturas humanas chegariam ao extremo de seu egoísmo a ponto de precisarem de mais planetas para satisfazer sua ambição. Mesmo que existissem dez planetas Terra, com o tempo, aconteceria a mesma coisa. A saída, então, é olharmos para dentro de nós mesmos e de nossa sociedade e observar tudo que deve ser mudado, transformado para que todas as pessoas vivam bem nesta única Terra.

Entretanto, essa transformação não é nada fácil. Não é necessário ir muito longe para ver como a crueldade humana, alimentada pelo egoísmo, ainda predomina.

No final de fevereiro desse ano, aconteceu a tragédia de Pinheirinho. Para muitos, qualificar tal acontecimento como tragédia é um exagero, isso por que não estão na pele daquelas e daqueles que perderam sua moradia. Outros mais ainda afirmam que essas pessoas sequer deveriam estar ali, que são invasores, marginais, traficantes, vagabundos e que a ação da polícia, que está a serviço do estado, foi correta.

Os problemas já começam por aí. Certamente, o governador e demais políticos não desprezaram os votos da população de Pinheirinho, nem mesmo lembraram-se, no ano anterior, que a população ali instalada necessitava de um lugar para morar.

Pois bem. O governo é eleito pelo povo e está a serviço da população, incluindo os seres humanos, cidadãs e cidadãos votantes de Pinheirinho. Este mesmo governo possui inúmeros servidores públicos, dentre eles, os policiais que efetuaram o ataque à população de moradores de Pinheirinho, 1,5 mil famílias, que não eram compostas unicamente por traficantes, vagabundos, marginais e invasores, mas de crianças, jovens, mulheres, idosos e idosas e homens que procuravam um lugar para viver.

Na verdade, quem acredita em Deus, também deve acreditar que a terra é de Deus. Deve saber também que esse mundo é emprestado a todos os seres humanos para que dele desfrutem fraternalmente. No entanto, não é bem assim que acontece, principalmente quanto ao “fraternalmente”.

Existem muitas pessoas que se consideram no direito de possuir e acumular propriedades extensas, enormes espaços do mundo de Deus, para sabe-se lá o quê. Afinal, todo mundo morre um dia e nada leva daqui, a não ser as lembranças boas ou dolorosas da vida que teve nesse mundo de Deus.

Voltando ao governo, que está a serviço do público, ou pelo menos deveria estar, noticiou-se muito que sua ação estava a serviço do cumprimento da lei. Acreditando que o governo conheça bem a lei, que o governador e seus companheiros são alfabetizados e possuem capacidade suficiente para interpretar textos, é difícil pensar que na lei esteja disposto que se deva usar a violência para uma desocupação de moradores pobres. Mais difícil ainda é entender por que o governo, que está a serviço da população que o elegeu, defende interesses de um indivíduo e não do coletivo. Sim, e o indivíduo em questão é o senhor Naji Nahas “proprietário” do local e que já foi preso por crimes financeiros e lavagem de dinheiro. É possível refrescar a memória sobre esses fatos com uma rápida pesquisa na internet.


Não se sabe ao certo como Nahas adquiriu essa propriedade. Segundo o site http://pt.globalvoicesonline.org/2012/01/24/brasil-pinheirinho-massacre/ “(Nahas) passou a proprietário do terreno no início dos anos 80 embora não exista informação sobre como foi feito o processo de aquisição após o assassinato nunca solucionado dos antigos donos, em 1969.”


Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6M5X-9z4WYPBW3o3gwE_pGYTIf2qECGld-3jnqYP_X6SA-FjA9i7szPM19ZmB19Ys-QK7Hd3_jmIoOdfa6hPTcVz3iZ1BM20vwzLLw3E83QGkw87x51zpqTBymY5Pz15oH4-gC7sS5qg/s1600/pinheirinho.jpg acesso em 01/04/2012.

Segundo o delegado Protógenes Queiroz, a situação falida de Nahas e sua empresa, SELECTA, tem profunda ligação com o acontecimento em Pinheirinho. Para ele: "Se a região for vendida, esse valor será descontado da massa falida da Selecta, que se abaterá das dívidas que estão no nome de Naji Nahas. Ele é interessado direto em desalojar as pessoas que estão lá.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Naji_Nahas#cite_note-GlobalVoice-14).

Dessa forma, é difícil saber quem realmente é o criminoso na história: o povo que busca um lugar para viver ou o “dono” da propriedade e suas contas duvidosas.

Para piorar a situação, há ainda uma denúncia de que houve violência sexual praticada pela polícia em duas mulheres, uma delas menor de idade. A denúncia veio do senador Eduardo Suplicy e gerou discussões no senado.

Entretanto, a questão da terra não se torna um problema apenas no Brasil. Em comunhão com nossas irmãs e irmãos indígenas awás, ao norte do Equador e ao sul da Colômbia, devemos nos atentar para a verdadeira invasão de mineradoras ilegais. Essas mineradoras querem comprar as terras dessa gente para explorar todos os recursos e acabar com a natureza local cujos rios já estão contaminados. Segundo Juvencio Nastajuaz, pai de 7 filhos e líder da comunidade de Pambilar, uma das 22 que formam a Federação de Centros Awás do Equador (FCAE): “Nós vivemos semeando nossa horta para sobreviver, colhendo frutos e caçando animais” “"Elas [mineradoras] querem comprar nossas terras, mas não aceitamos. Oferecem dinheiro, mas sabemos que se vendermos tudo será destruído" .**
 
Os indígenas Munduruku do Pará também sofrem com a pressão e promessas de riquezas da Celestial Green, empresa irlandesa que comercializa créditos de carbono. A tal empresa se declara proprietária dos direitos ao crédito do carbono de 20 milhões de hectares da Amazônia brasileira. Segue um trecho da reportagem disponível em http://br.noticias.yahoo.com/a-terra-é-dos-indios-e-o-carbono--é-de-quem-.html?page “Primeiro, ele [representante da Celestial Green] falou que o projeto é para defender os povos indígenas. Disse que não podia mais mexer na terra, nem branco nem indígena. Quando ouvi essa conversa, era bom”, conta Osmarino Manhoari Munduruku, cacique de uma das 111 aldeias onde vivem mais de 6 mil Munduruku. “Depois, ele mandou o papel para associação. Nós vimos que, onde esse projeto tá, não pode fazer roça, nem caçar, nem pescar. Hoje estamos acostumados de plantar mandioca, batata, cana, batata doce, banana. A gente pesca, caça, tira madeira quando precisa. Mas eles dizem que não podia mais, eles mesmos iam dar o dinheiro para comprar os alimentos. E os indígenas não pode mais fazer nada, nada, nada. Aí a maioria achou que não é certo”.
Fonte: http://tribunodahistoria.blogspot.com.br/2010/06/os-primeiros-anos-da-colonizacao.html acesso em 01/04/2012.

Diante de todos esses acontecimentos e com a chegada da Quaresma, seria interessante fazer uma leitura atenta ao texto do evangelho de Mc 12, 13-17 e prestar uma atenção especial à pergunta que os fariseus e os partidários de Herodes fizeram a Jesus: “É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?”(vs. 14) e Jesus responde: “Devolvam a César, o que é de César e a Deus o que é de Deus” (vs 17). Porque perguntam a Jesus se se deve pagar imposto? Havia quem não pagava? Porque não pagar?

Num país em que tantas pessoas reclamam dos altos impostos, devemos perguntar se é lícito pagar imposto por aquilo que Deus nos deu. Devemos perguntar se é lícito pessoas morrerem para que saiam da terra que Deus lhes deu. Devemos perguntar se é lícito que, em nome da ganância, do egoísmo e do coração duro, indígenas devem ter seu lar destruído.

Jesus, após pegar a moeda com a imagem do imperador, diz para devolver a César o que é realmente de César, ou seja, a moeda e não a terra. César não é dono da terra. Jesus não fala diretamente que não se deve pagar imposto a César. Declarar isso seria se rebelar abertamente contra os romanos e a consequência seria a morte imediata. Não é justo pagar imposto a Roma . Os romanos invadiram (tal como as mineradoras, tal como a polícia) a terra do povo. A terra é de Deus!


Fonte: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/a-questao-terra-no-brasil.htm acesso em 01/04/2012.


Infelizmente, muitos hoje ainda aceitam e entendem que é legítimo que poucos tenham muito e que muitos tenham pouco. Aceitar as desigualdades sociais, seja por qualquer motivo, é acomodar-se à injustiça, é repousar no conforto do egoísmo, é não querer entender o que está por trás das cortinas da alienação. O profeta Isaías já denunciava: "Ai dos que juntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo até que não haja mais espaço disponível". (Is 5, 8)

Deus nos fez para viver neste planeta e aqui aprender a partilhar e viver em harmonia. Tudo que Deus criou tem o bem como finalidade. Nós é que colocamos inúmeros obstáculos com nossas imperfeições.

No entanto, é preciso saber que Deus é justo e, por meio de Jesus, ele nivela as desigualdades. Ele ressuscita o justo, alimenta o pobre e consola a viúva.

*Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/vamos-precisar-de-cinco-planetas-terra-diz-sha-zukang-4224746#ixzz1oodeDqgo acesso em 11/03/2012. © 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.




terça-feira, 20 de março de 2012

PARÁBOLA DO HOMEM IMPRUDENTE

Certa vez, havia um jovem que morava com sua avó, uma senhora muito pobre e doente. Apesar de magricelo, todos os dias ele ia para a roça trabalhar. Saía bem cedo e voltava quase à noite. O caminho era distante e o jovem o percorria a semana toda a pé.


No caminho para o trabalho, ele passava por uma rua de um bairro muito rico, com casas muito bonitas. Uma destas casas pertencia ao homem mais rico do bairro e esse homem possuía um animal de estimação: um jaguar feroz.

O animal era grande e ficava preso a uma corda muito fina. Toda vez que o jovem passava, o jaguar avançava muito bravo, no entanto, o jovem não tinha muitas opções para mudar de caminho, pois aquele era o caminho mais próximo para sua morada, caso contrário, chegaria muito mais tarde e ele precisava ajudar sua avó com o jantar e sentar-se à mesa com ela para partilhar o pão amanhecido. O máximo que podia fazer era atravessar a rua para não passar tão próximo da fera.

Um dia, o jovem voltava muito cansado do trabalho e, passando pela rua onde morava o rico com seu jaguar, escutou um rugido muito alto. Era a fera que havia escapado e estava a poucos metros dele. O rapaz tentou correr desesperadamente, mas o jaguar foi muito mais veloz e ágil e o capturou. Mesmo o rapaz se defendendo, não pôde suportar o ataque do animal que, em poucos minutos, já estava com coração do jovem entre as presas.

Ao ver aquilo, o dono do jaguar pegou o animal e levou para dentro de sua casa e o limpou, entretanto, havia testemunhas que, de longe, puderam ver o ataque.

Foram imediatamente avisar a avó do rapaz. Esta ficou muito triste e se desmanchou em lágrimas, pois era o único filho de sua filha, a qual havia morrido há um ano atrás.

Passados alguns dias, o dono do jaguar e a avó do rapaz assassinado foram prestar contas ao juiz - O que a senhora tem a dizer? - perguntou o juiz. A avó do rapaz respondeu: Era meu único neto, não sei mais o que fazer. Estou desamparada e meu coração é cheio de tristeza, pois perdi um filho! - e continuava chorando e batendo no peito: - Eu me derramo como água e meus ossos todos se desconjuntam; meu coração está como cera, derretendo-se dentro de mim.

O juiz ficou incomodado com aquilo e mandou que a mulher se calasse. Depois, pediu ao homem rico: O senhor pode me dizer o que aconteceu? - eis que o homem respondeu: Meritíssimo, eu lamento muito o sofrimento desta mulher, mas a culpa não é minha e muito menos do meu jaguar, pois é um animal e não tem juízo. Sempre o deixei amarrado e dentro de casa. Certamente, o rapaz deve tê-lo provocado e até mesmo tentado entrar em minha casa, pois sempre passava pelo bairro espreitando as casas. Se ele não tivesse passado ali, nada disso teria acontecido. Aliás, meu animal poderia ter machucado os dentes, pois o rapaz era puro ossos.

Vendo a argumentação do homem rico, o juiz encerrou o caso alegando não haver motivos para condenar o animal nem seu dono e que, na verdade, o animal estava apenas protegendo seu território.

O homem rico ficou muito satisfeito com a justiça que o juiz lhe havia feito e voltou para casa onde comemorou com os seus a sua inocência.

A senhora voltou para sua casa pobre onde terminou seus dias sob uma terrível angústia.

Em verdade eu vos digo: Ai daquele que usa da lei dos homens para se manter acima de seus semelhantes. Deus é soberanamente justo e bom. Assim como Jesus foi injustiçado e assassinado pelos homens e Deus o ressuscitou, também a senhora idosa será ouvida e consolada e a justiça prevalecerá! Quem souber enxergar por trás destas palavras, que veja!

TEXTO DE FREI BENTO DOMINGUES

[NSI-PT 842] PALAVRA DE DEUS E PALAVRA DA RUA, À PROCURA DA PALAVRA & El teólogo Juan José Tamayo "apartado" de la Iglesia católica


P / INFO: Crónicas e El teólogo Juan José Tamayo "apartado" de la Iglesia católica
Palavra de Deus e palavra da rua, do Frei Bento Domingues
A noite de Nicodemos, do Padre Vítor Gonçalves

PALAVRA DE DEUS E PALAVRA DA RUA

Frei Bento Domingues, O.P.

1. Quando se diz que a Bíblia é palavra de Deus, ninguém, no seu perfeito juízo, pode supor que aquela escrita, na sua grande diversidade de géneros literários, seja de pura cepa divina. É escrita humana, com gramática de línguas identificáveis. A significação divina, que lhes é reconhecida pela fé, não supõe nem implica um ditado sobrenatural. As Sagradas Escrituras nasceram em tradições religiosas, marcadas por várias culturas, transmitindo sempre, no entanto, a convicção de que era Deus que falava - “de muitos modos” - nos tecidos da multiplicidade das suas expressões. É na sinuosidade e nas contradições dos caminhos do tempo que se dá o encontro com a eterna e discreta presença divina.



Dir-se-á que nem sempre foi essa a posição oficial da Igreja e que as leituras fundamentalistas tiveram consequências trágicas para a sua imagem oficial, perante as descobertas científicas. É verdade, mas espero que seja um capítulo encerrado. Num célebre documento da Comissão Pontifícia Bíblica, A interpretação da Bíblia na Igreja (1993) são reconhecidas, de modo criterioso, várias abordagens oriundas das ciências humanas. A grande viragem, porta de todas as outras, ficou consagrada com toda a solenidade: «O método histórico-crítico é o método indispensável para o estudo científico do sentido dos textos antigos. Como a Sagrada Escritura enquanto “Palavra de Deus em linguagem humana”, foi composta por autores humanos em todas as suas partes e todas as suas fontes, a sua justa compreensão não só admite como legítimo, mas pede a utilização deste m� �todo».



Neste sentido, o tema da 3ª Semana Bíblica, promovida pela paróquia de Barcelos, Palavra e Rua, sugere um vasto leque de percursos a fazer por vários mundos do passado, em confronto com as transformações sociais, culturais e espirituais da actualidade. A Sagrada Escritura cresce com as leituras interpelantes e interpeladas de cada época e de cada contexto, sem artificialismos ou anacronismos, casando os métodos das ciências humanas com as aberturas ao Espirito de Deus. Espírito actuante em tudo o que é criação de sentido, de beleza e de responsabilidade ética, com a pergunta antiga e sempre nova: “que fizeste do teu irmão”? (Gen.4). Pergunta que os cristãos têm de levar para a “rua”, diante deste louco liberalismo económico, indiferente à miséria das suas vítimas.



2. A situação de S. Paulo, em Atenas (Act.17,16-34), pode ser apresentada como um caso exemplar, de desencontro e encontro cultural, entre o seu mundo religioso e aquele perante o qual teve de dar testemunho da sua fé em Jesus e na Ressurreição. Como bom judeu, estava horrorizado com aquele espectáculo cheio de ídolos, mas não reagiu com anátemas, como lhe apetecia. Pelo contrário, foi descobrir os anseios daquele mundo, como se ele estivesse à espera de uma palavra nova que interpretasse os seus enigmas. Encontrou um altar ao “Deus desconhecido” e expressões de alguns poetas e filósofos que lhe mostravam que havia a possibilidade de ser escutado ou rejeitado.



Seja qual for a cultura, o Evangelho tanto pode ser um calmante, como um excitante. É sempre uma provocação. Por causa do que Jesus fez a quem era vítima de doenças físicas ou psíquicas, de opressão religiosa ou económica, de exclusão social e moral, os Evangelhos dizem dele o que não se dizia de mais ninguém: Vinde a mim vós todos os que andais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Por outro lado, manifestou uma vontade indomável de violar preceitos e instituições que, em nome de Deus, tornavam a vida das mulheres, dos doentes, dos qualificados como pecadores, um fardo insuportável. Escolheu a rua e as más companhias para significar e dizer a palavra de Deus, a palavra do Amor infinito. Lamentou que os seus contemporâneos não se apercebessem dos sinais do tempo novo que estava a chegar. (Lc. 12, 54-56)



3. No Vaticano II renasceu o tema da interpretação dos “sinais dos tempos”. Esta expressão pode sugerir a ideia de que os cristãos estão fora do tempo e olham de fora para os seus sinais. Seria esquecer a presença – reconhecida ou negada - de Deus, em tudo. Segundo o Ambrosiaster tudo o que é verdadeiro, venha de onde vier, é do Espírito Santo que vem. Os cristãos têm de testemunhar da presença de Cristo na nossa história – estarei convosco até ao fim dos tempos – mas não o podem fazer apenas a partir da revelação bíblica, do magistério eclesiástico e das incarnações da santidade nos séculos passados. É hoje o nosso tempo e é nos seus problemas, acontecimentos e interpretações que se pode escutar a voz de Deus na voz da rua e nunca de forma directa.



Será sempre tensa a relação entre estudos bíblicos e meditação, atenção às expressões da cultura contemporânea e à intervenção na sociedade, isto é, entre acção e contemplação. Por vezes, interpreta-se esta tensão em termos de mútua exclusão: se damos muito a Deus, roubamos à sociedade, se damos muito à sociedade, roubamos a Deus. Tensão não é rivalidade, mas atenção aos dois polos da vida humana e cristã, da rua e do silêncio.



O que não está correcto é pensar que Deus só habita certos tempos e certos lugares.



in Público



NOTA: O Público não respeitou o itálico das citações bíblicas que estavam no original do texto do Frei Bento

Fonte: Divulgação por e-mail.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CARTA PELA LEI DIVINA

A graça de Deus fonte de todo amor e perfeição esteja com todos e todas!

Irmãs e irmãos, sabemos que a lei de Deus é aquela que traz a vida, mas não só a vida como também a justiça para que haja vida, mas não só a justiça que apraz ao nosso gosto como também a justiça que nos causa dor e é oportunidade de avançarmos na evolução espiritual.

A lei de Deus quer a vida, mas também é justiça e isto é para que todas as mentes se abram a fim de acatar cada qual sua missão, para que cada um tome sua cruz e siga em frente sem abreviar os caminhos que levam à verdadeira vida.

A lei de Deus é aquilo que observamos em nosso mundo naquilo que não nos é dado manipular, pois não chove sobre os maus e os bons? A doença não atinge ao rico e ao pobre? A morte não chega a todas as pessoas?

Entretanto, não pensemos que Ele quer o mal de seus filhos e suas filhas. Deus não cria as coisas ruins, mas não privilegia a um ou outro. Por isso somos todos iguais, para que estejamos sujeitos à mesma lei de causa e efeito.

Podemos controlar muitas coisas e manipular em nosso favor outras tantas, inclusive as leis humanas, no entanto não esqueçamos que a maior lei, a lei de Deus ninguém manipula e a toma para si.

De que adianta praticar a injustiça por menor que ela seja? Para benefício próprio? Pelo poder?

Não sejamos tolos a ponto de acreditar que é valido acumular algumas coisas nessa vida que não seja amor que quanto mais se acumula, mais se partilha.

Portanto, abramos os olhos da consciência, pois melhor é praticar a justiça do que afastar-se dela e, consequentemente, de Deus.

Assim seja!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

CARTA PELA HUMANIDADE

Amadas e amados! A todas e todos a paz de Jesus, nossa esperança e fonte exemplar de toda misericórdia!

A cada dia, o tempo de mudança é mais urgente e esta mudança já vem ocorrendo desde muitos anos graças à Divina intervenção em nosso plano terrestre. A Palavra já vem sendo semeada pelos séculos desde a Criação. Céus e terras se passaram, mas a Palavra continua no meio de nós, pois o Verbo se fez carne, habitou entre nós e entre nós está vivo.

Resta perguntar quanto tempo ainda vamos esperar para mudar. O tempo que já tivemos já não é o bastante? Tantos anos de história e ainda não enxergamos? Tantos impérios, tantas riquezas, tanto poder. No entanto, tudo se desfez no tempo. Todo orgulho foi consumido pelo tempo e se deteriorou com a carne.

Porque então ainda insistimos naquilo que não nos faz felizes nem a quem está junto de nós. Por quê?

Já é hora de realizar a vontade de Deus, é hora de realizar com plenitude o que o Cristo nos trouxe: o amor.

Que temos a perder amando? Somente aquilo que não nos é valioso para a verdadeira Vida. O Reino de Deus começa aqui, imediatamente. Por isso, é urgente que se viva o amor, pois o tempo já se esgota e não há mais espaço para a maldade. Entretanto, o convite é para pensarmos naquilo que devemos eliminar dentro de nós e não em nossas irmãs e irmãos. Devemos pensar no fim da maldade, do rancor, do orgulho e de tudo o que é mal e está dentro de nós mesmos.

Alimentemos o amor que é o único caminho para a verdadeira vida aqui e nos céus. Oremos constantemente pela evolução do indivíduo e da humanidade na busca da realização do amor divino em nossas vidas. Que assim seja!

VOCÊ NASCERIA AÍ?

FONTE: http://palestrasdemotivacao.blogspot.com/2011/06/precisamos-de-esperanca.html

CARTA PELA ESPERANÇA

Amadas e amados! A paz de Deus e de toda energia cósmica do amor estejam conosco!

Os dias em que vivemos têm sido duros para quem ainda não se acostumou com a maldade. Temos visto muitos atos de violência praticada entre os seres humanos. Seres que deveriam caminhar na luz por terem em si a centelha divina.

No entanto, sabemos que muitas são as influências malignas presentes ao redor do mundo. As energias têm se canalizado de uma forma muito negativa e muito há de conspirações negativas penetrando nas fendas de nossos limites carnais.

Vocês devem estar ouvindo e vendo muitas manifestações que nos fazem pensar que o mundo está virado pelo avesso. Pois se ainda pensamos assim, é porque temos a esperança no bem. O que falta a tantas pessoas nesse mundo é a esperança de que algo melhor pode ser construído por nós e que essa oportunidade de construir o bem é também uma imensa oportunidade de redenção para nossos espíritos falhos.

Vemos barbaridades dentro das famílias, nas ruas, no trabalho, nas igrejas, nas escolas e em todos os cantos do mundo o ódio parece ser a única opção para resolver as situações. Estamos chegando ao mais extremo do absurdo.

Amados e amadas, não se desesperem nem percam a fé em Deus ou em nossos irmãos e irmãs. Não desistam de fazer o bem e resistir ao mal, pois é nesse momento que os esforços terão maior recompensa, porque quanto maior o fardo a ser carregado aqui, mais sólida será a morada no Reino dos Céus. A cada alfinetada que fere e sangra, se resistida, enorme será o conforto. No entanto, não basta fazer esperando trocar um ato de bondade por um terreno no céu. É preciso que tudo seja feito com consciência e com o coração.

Estejamos dispostos a nos entregarmos por nossos irmãos e irmãs, despidos do orgulho, do preconceito e de toda malícia. O que é feito com amor, o amor verdadeiro que Jesus nos mostrou, jamais será nocivo.

Portanto, tenham esperança! Que a esperança alimente a fé e que a fé seja a força para resistir a todas as ofensas, pois nada ficará vazio. Tudo será preenchido de acordo com o que tivermos para preencher.